segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A contradição do PMDB gaúcho interfere no desempenho do partido

PMDB em busca de sua essência no RS

O PMDB vive uma contradição tremenda no RS pela sua rivalidade histórica com o PT. Acostumado a ter um perfil combativo e de oposição, exercida através de seus deputados estaduais na Assembleia Legislativa, fora das fronteiras gaudérias é o principal sustentáculo do Governo Dilma (PT).
No caso de candidatura própria no estado, tendência a se confirmar em breve, terá que resolver esta contradição para se tornar competitivo. O eleitor do PMDB no Estado não aceita a aliança com o PT. O partido terá que tomar posição sob o risco de ser visto como murista e ter sua candidatura esvaziada de discurso, como aconteceu na eleição passada (2010).
O PMDB precisa realizar este debate interno e resgatar sua força e sua personalidade, para só depois voltar a ter chances de eleger um governador. Sartori realizou um trabalho competente em Caxias do Sul e é um candidato capaz de debater com o atual governador a difícil condução econômica que teremos deste ano para frente. Mas antes precisará marcar as diferenças com o PT e isto não é possível estando no mesmo barco nacional.

PSDB com PDT?

Será vantajoso para o PSDB sair do seu isolamento e indicar o vice na chapa do Vieira da Cunha (PDT), mas disto depende a independência dos pedetistas gaúchos. O palanque terá que ser de Aécio ou não haverá coligação. Mas se o PDT ficar independente o PSDB não será o único interessado em coligar.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

As eleições para governo do Estado e as difíceis definições de alianças regionais

Após cinco anos afastada deste blog escolhi um tema provocador para a minha volta. As difíceis definições de alianças para a eleição majoritária no Rio Grande do Sul. Neste ano atípico de 2014, onde provavelmente teremos quatro candidatos ao governo do estado e quatro candidatos ao senado, as alianças estão mais do que nunca atreladas ao cenário nacional. As afinidades eletivas serão definidas por quem pode dar palanque para Dilma, Aécio e Campos/Marina.

Mas isto não é matemática simples. Vou usar como exemplo o PMDB. Exatamente como há quatro anos atrás vemos o PMDB gaúcho fazer o discurso de dissidência da campanha nacional. PMDB e PT gaúcho não se bicam, são rivais históricos. Mas as chances do PMDB gaúcho ficar independente do cenário nacional e poder fazer campanha para Aécio ou Campos é remotíssima. O PMDB gaúcho era Serra em 2010, com a exceção de Mendes Ribeiro e Padilha. Fogaça era Serra em 2010, mas não podia falar sobre isto no HPEG. Nos últimos dias de propaganda política o PMDB nacional desceu por aqui e impôs a colocação de Michel Temer no programa do Fogaça. E acabou a independência. Fogaça passou por murista a campanha inteira e no fim teve que aderir a campanha de eleição de Dilma.

Neste sentido não vejo diferença entre o cenário de 2010 e o de 2014. Os riscos do PMDB são os mesmos. Seja Sartori candidato, seja outro qualquer. Lideranças de oposição ao PT como o senador Pedro Simon podem até desejar o contrário, mas a história tem sido outra. A tendência é que os argumentos do trio Michel Temer, Padilha e Mendes revertam as dissidências. O apoio a Dilma restringe as alianças que os peemedebistas poderiam fazer e o partido fica praticamente obrigado a ter candidato próprio. Este é o cenário mais provável.

No caso do PSB, que já está coligado com a REDE e possivelmente com o PV, a necessidade é garantir um palco para Eduardo Campos. Casando com o PMDB, teria que arcar com o risco eminente do partido não conseguir ficar independente do cenário nacional, como já ocorreu antes. No caso de entrar na coligação com a candidatura ao Senado, em acordo com o Senador Simon, poderia ter independência discursiva no horário político. Mas seria um híbrido.

No caso do PSB coligar-se com o PP gaúcho, partido que também se coloca de forma independente do PP nacional (que tem Ministérios no governo Dilma), a chapa ficaria bastante competitiva, mas teria que azeitar as relações entre militantes dos partidos envolvidos que já diferiram em questões econômicas e ambientais, como o Código Florestal, por exemplo. Por outro lado o cenário econômico previsto para o RS é bastante sombrio e o próximo governador terá que ter a coragem para fazer as reformas necessárias e enfrentar interesses corporativos. Na minha opinião a candidatura de Ana Amélia é a que tem maiores chances de vencer o PT de Tarso, pois tem o discurso da austeridade nas finanças públicas, da gestão eficiente e também dialoga com os diversos setores produtivos do Estado. Além disto a Senadora tem credibilidade e aparentemente seu capital social e político não sofreu desgastes com a derrota de Manuela à prefeitura.

O PDT tem Vieira da Cunha na cabeça de chapa e Lasier na candidatura ao Senado, sobrando só o posto de vice para negociar. Vieira já esteve reunido com representantes de sete partidos políticos para discutir um projeto de governo para o Rio Grande do Sul.  O frentão seria composto por PDT, PSD, PSC, DEM, PR e PPS, partidos que assinaram um manifesto intitulado "Parceria pelo desenvolvimento do Rio Grande do Sul". O PSD ainda poderá vir a ter candidatura própria e enfraquecer o frentão.

O PDT nacional detém o Ministério do Trabalho desde 2007 e apesar do presidente nacional da sigla, Carlos Lupi (PDT), já ter adiantado que o partido apoiará a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) nos estados, há um grupo de pedetistas que defende candidatura própria e a imediata entrega dos cargos federais. O PDT gaúcho pode optar pelo apoio a Campos, mas a decisão sairá na convenção oficial do PDT, dia 21 de junho, em São Borja.

Já o PSDB está bastante isolado neste contexto, tendo que abrir palanque para Aécio, mas sem  parceiros para alianças. Poderá ser uma alternativa para o PMDB, em caso do partido conseguir se manter neutro.

O PT de Tarso tem o PTB, os pequenos partidos como aliados e ainda a indefinição do PC do B de Manoela. O núcleo pensante do Partido dos Trabalhadores teria até sondado o líder empresarial e presidente do PSD, José Cairoli para o posto de vice, em uma composição que ajudaria a dar uma imagem desenvolvimentista para a chapa. Cairoli é pré-candidato ao governo do Estado e dificilmente se uniria ao PT, mesmo por que tem discordâncias históricas em relação a temas caros aos petistas como o Salário Mínimo Regional e os altos impostos.

Toda esta análise mostra o complexo cenário que a política gaúcha vive hoje, com partidos regionais querendo decidir as alianças conforme o contexto político regional, mas enfrentando forças que ainda não mostraram em plenitude a pressão que podem exercer. O quadro deve estar decidido entre junho e julho, durante a Copa do Mundo, mas as campanhas prometem ser bastante interessantes.

Provavelmente Dilma contará com três palanques: PT, PMDB, e talvez o PDT. Aécio apenas com o do PSDB e Campos/Marina dependendo dos rumos do PSB, que não tem candidato próprio ao governo, mas que está entre apoiar Ana Amélia e Sartori. A aliança com a forte Ana Amélia seria a chance de Campos ter um palanque, visto que a tendência é Dilma ter três palanques, tornando a disputa muito dura.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

CPMF e a saúde no Brasil

A hipótese de recriar a CPMF é absurda. CPMF nunca foi imposto carimbado pra saúde. Era usada pra outros fins. E continuará sendo. O governo bate recordes de arrecadação de impostos todo ano e não é por falta de recursos que a saúde vai mal. É por falta de investimento e foco.


Os recursos extras gerados por um imposto tipo CPMF serão usados para financiar mais aumento de gastos públicos e mais inchaço do Estado. Se a saúde fosse prioridade para o governo, seria 5 estrelas. Dinheiro não falta. Falta investir onde precisa e cortar desperdício.

Mai$ dinheiro na mão de$te governo que arrecada trilhõe$ $ó $ervirá para aumentar a$ mordomia$ e o de$perdício. E dar mais emprego$ pro$ amigo$.

Dizer que a saúde precisa da CPMF ou que está na UTI por que o imposto foi extinto é MENTIRA. Desculpa pra tungar mais nosso bolso. Enquanto o governo continuar aumentando impostos com este tipo de justificativa nunca precisará cortar desperdício ou ministérios "cabide". A MENTIRA da necessidade da CPMF é uma afronta à inteligência alheia. Este Governo bate recordes de arrecadação e também de gastos inúteis. Governo Federal tem que ter é vergonha na cara e investir pesado em saúde e saneamento. Sem aumentar mais impostos. Dinheiro? Já tem de sobra.

Porque a "solução" pros problemas do país é sempre tirar mais dinheiro da sociedade, ao invés de gastar com mais inteligência o que já tem? Porque é mais fácil tirar dinheiro do povo do que diminuir privilégios e mordomias dos amigos e enxugar despesas e desperdício....

Enquanto a mentalidade dos nossos governantes for esta, de criar cada vez mais impostos, nosso país não conseguirá desenvolver o potencial que tem. Se nós conseguimos crescer com carga tributária superior a 35%, imaginem com uma carga de 20 e poucos %. Não haveria desemprego no Brasil.

Mas o governo prefere manter e aumentar os empregos pros amigos políticos do que desonerar a carga tributária e gerar empregos pra toda sociedade

Assim, parte da sociedade depende diretamente do partido no poder pra ter um emprego e outra parte depende do bolsa família. E a 3º parte? Paga a conta...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

PDT apoiará oficialmente governo Tarso?

A grande questão que envolve esta decisão passa obrigatoriamente por 2012. Fortunatti sem dúvida é candidato a prefeitura. Tem legitimidade para isto. E tem trabalhado muito. Manuela também deve ser candidata. Espera o apoio do PT. Se PDT entrar no governo Tarso como fica a situação das alianças em Porto Alegre? Apoiará Fortunatti ou Manuela? Ou terá candidato próprio? Neutralidade é impensável no PT. Fortunatti está corretíssimo de pedir ao PT que possível apoio oficial a Tarso não envolva a disputa de 2012. E ainda tem o PMDB que faz parte da base de Fortunatti na prefeitura. Uniria-se ao PT na disputa municipal? PT e PMDB no RS não tem liga possível e nunca terão. Aguardemos os próximos movimentos, mas tudo indica que Porto Alegre estará no centro das disputas políticas e será ponto crucial para a construção das futuras alianças do governo Tarso Genro.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

COMEÇA A CORRIDA AO PIRATINI

E a campanha começou oficialmente. Na minha opinião esta eleição será polarizada, mais uma vez, pelas duas forças políticas mais fortes do Estado: PT e PMDB. Yeda corre por fora mas não chegará longe.

POR QUÊ?
Comete equívoco quem pensa que a dita simpatia que os prefeitos teriam por Yeda reverterá em votos. Isto não acontece. Prefeito não se engaja em campanha pra não se comprometer. Vereador sim mas prefeito tem que estar bem com qualquer governador que se eleja. Este é um dos motivos pelos quais a governadora, que busca a reeleição, não cresce nas pesquisas, apesar da fortuna que tem sido aplicada em publicidade estatal. Outro fator é que o desgaste sofrido por Yeda, desde o início do governo, deixou marcas difíceis de serem apagadas na consciência dos gaúchos. Ficou um quê de desconfiança no ar. Ficou também uma sensação de que Yeda, de gênio difícil, é por demais conflituosa para o gosto dos eleitores.

DEBATES
Que a governadora tem gênio forte não é novidade para ninguém. Não tem papas na língua e detona verbalmente qualquer oponente que lhe conteste, ataque ou indisponha. Talvez seja por isto que não irá aos debates - muito mais do que por serem em horário de expediente  - é porque a governadora facilmente iria se indispor com o candidato Pedro Ruas, por exemplo, e perderia o verniz de calma e tranquilidade que este último ano de marketing de qualidade lhe deu. Mesmo assim, considero um equívoco sua não ida aos debates. Vai apanhar muito e não poderá se defender. Ainda faltam 36 dias para a HPEG e até lá o estrago pode ser irreversível.

HPEG
E o candidato do PSOL já mostrou a que veio. Sendo um dos eixos de sua campanha, o combate a corrupção, terá em Yeda seu maior alvo. E o HPEG se encarregará de lembrar ao eleitor sobre os pufes verdes, as gravações do DETRAN e a denuncia do MP.
Sobre Fogaça, Ruas não tem nada a dizer. Acusou o candidato, no debate da Gaúcha, de ter sido contra a instalação de uma CPI na Câmara de vereadores para investigar a Sollus e a Reação. Isto não é nada. Isto nem sequer pode se chamar de acusação. Não existe governador, prefeito ou presidente que queira ver uma CPI criada dentro do seu mandato. Por motivos óbvios, conhecendo-se a oposição predadora que é realizada aqui no Estado e o uso político que se faz das CPI's. E outra, o perfil de Fogaça é conhecido pelos gaúchos. Homem sério, pacificador, de comportamento digno. Neste tipo de homem não se colam acusações ou dúvidas de caráter. Tentar seria perda de tempo. Por isto Ruas concentrará suas armas em Yeda. 

MUITA PROPAGANDA
Com uma campanha caríssima orçada em 23 milhões de reais, 10 milhões a mais do que Fogaça, Yeda espera reverter estes índices com muita propaganda. Pode até baixar sua rejeição mas seria inédito na história política um candidato que tem de 34% a 55% de rejeição (dependendo do instituto) conseguir se eleger.

No próximo post farei uma leitura preeliminar das 3 principais candidaturas...