A lógica da eleição em dois turnos permite que os partidos que não tem candidato forte ao governo optem, no primeiro turno, por alianças para fortalecer as bancadas legislativa e federal. No segundo turno, todo mundo que tem peso político estará coligado a favor ou contra o PT, e é nesta etapa, fundamentalmente, que os espaços em um futuro governo são negociados.
É nesta lógica que o PP está se apoiando quando apresenta para o PSDB suas condições para apoiar a reeleição da governadora.
Como a candidata Yeda não tem grandes chances de se reeleger - não por seus baixíssimos índices (nunca vistos em um candidato a reeleição), mas por sua alta rejeição - que estabelece um teto bem baixo para seu crescimento, o PP cobra um preço alto por seu apoio e prioriza o fortalecimento de seu partido na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados e na candidatura ao Senado.
O grande brete em que o PSDB se encontra é que tem que escolher entre a viabilidade da candidatura da governadora e a sobrevivência do partido na Assembléia Legislativa. Sem o PP é muito difícil que Yeda vá a algum lugar nesta eleição.
Se o PSDB acreditasse tanto na reeleição da governadora dava ao PP a coligação na proporcional e depois acomodava os deputados tucanos que não se reelegerem em secretarias e outros postos de comando de governo. Mas parece que a descrença na reeleição é mútua entre as bancadas estaduais, tucana e progressista.
A demora na definição dos caminhos do PP, trás ansiedade, não só entre os tucanos mas em todo o meio político gaúcho. O PSDB pediu um prazo maior para responder as exigências do PP. Enquanto isto o PSB e os coligados PTB-DEM aguardam a resposta tucana. O PSB porque a viabilidade da candidatura de Beto Albuquerque depende diretamente da coligação com o PP. E o PTB-DEM porque sem a candidatura de Beto Albuquerque, Lara tende a crescer mais. Tanto Beto quanto Lara trabalham para se viabilizar como Via Alternativa nesta campanha. O PTB-DEM ainda trabalha para atrair tanto o PP quanto o PSB para a coligação. Neste quadro, o cenário político gaúcho permanecerá “em aberto” até que o PSDB-PP finalizem suas negociações. Enquanto isto, os favoritos Tarso x Fogaça vão se mantendo na dianteira e cristalizando, pouco a pouco, sua tendência de vitória.
A tua análise sobre o namoro PSDB-PP é correta
ResponderExcluirAdeli Sell, vereador e presidente do PT-POA