Os boatos de que Lara (PTB) retirará a candidatura ao governo do Estado parecem responder a um timing perfeito: o momento em que o PP está revendo suas estratégias de coligação e em que o próprio presidente Bertolucci afirma que o PSDB perdeu a preferência. Na verdade muito mais do que ajudar a atrair o PP para um grande bloco PTB-DEM-PSB, as notícias que dão conta dos "rumores"de que a saída "honrosa" de Lara já estaria sendo articulada, pelo próprio Zambiasi, atrapalha a atração dos progressistas. Como também atrapalham os motivos alegados, todos desconstrutivos, usados para justificar a possível retirada "estratégica" da candidatura. Por fim, ao sinalizarem que Lara não hesitaria em jogar a toalha por causa do "desgaste" do partido, dão dimensão e importância extra às "denúncias" do MP contra "membros" do PTB. O que mais surpreende é que o próprio Lara e seu partido negam esta possível retirada de candidatura. Seria fogo amigo?
A quem interessa o zumzumzum da retirada da candidatura de Lara? Aos principais concorrentes interessados e a todos aqueles que não querem ver novidade nenhuma nesta eleição que possa mudar a polarização que se instalou no Estado e que obriga cerca de 35% do eleitorado a votar no menos pior. Coincidentemente, hoje, o PMDB publica declarações contundentes de que quer ter o PP junto a Fogaça.
Esta eleição sem o Lara ficaria restrita a Tarso, Fogaça e Yeda com seus 55% de rejeição.
Ademais, uma coligação PTB-DEM-PSB com Beto na cabeça de chapa me perece ter bem menos abrangência eleitoral do que se for encabeçada por Lara. Beto, queira ou não queira, por ser do PSB - Partido Socialista Brasileiro, habita bem mais a esquerda do espectro político do Estado, enquanto o PTB já está, bem como o DEM, bem mais ao centro, desde suas respectivaas refundações. Nestes momentos é bom lembrar como se comporta o eleitor gaúcho, cujos votos não apresentam volatilidade ideológica, apenas migram entre candidatos do mesmo bloco. E isto é científico, por mais que os candidatos queiram insistir que os eleitores não tem ideologia. Neste contexto, é muito importante de salientar que Beto vai de Dilma no primerio turno, enquanto o PTB e o DEM vão de Serra no estado. Este apoio ao Serra é que ajudará a candidatura Lara a "retirar" votos de Fogaça e Yeda, caso venha a apresentar o potencial de crescimento e arrancada necessários à viabilidade da construção da terceira via. Com Beto isto não acontecerá pois sua candidatura tem o viés de esquerda, mesmo que moderada, e não tira votos de Yeda e Fogaça.
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