Fiquei pasma com a informação de que Lupi ameaçou romper a aliança porque peemedebistas abriram apoio a Serra. Dilma quer apoio à força? Pega até mal.
Lupi desconhece a realidade histórica do PMDB no RS. Beira o ridículo querer obrigar alguém a apoiar alguém. PMDB nunca foi PT no RS. Nem será. Pode tentar fingir, mas seus militantes não engolem.
E a artimanha do senador Simon querendo fazer moção de candidato próprio... Uma hora PMDB vai ter que sair da moita e dizer pra onde vai.
Fogaça será o maior prejudicado por uma obrigatoriedade de apoio a Dilma. Já está sendo. Melhor que o PMDB-RS ficasse neutro.
Já coloquei diversas vezes aqui que o RS é prioritário para Serra e Dilma. Agora que Dilma subiu nas pesquisas, graças a propaganda política irregular, Serra precisa, mais do que nunca, de um palanque. E para Serra é melhor ter um palanque com 5% de rejeição do que um que varia de 36% a 55%, dependendo do instituto de pesquisa.
Outro fato é que por mais que os deputados do PMDB e seus militantes simnpatizem com Serra, este não subirá em palanque com Fogaça. Aí seria demais para o PDT. No máximo Serra conseguirá a neutralidade de Fogaça. E isto é ruim pro Fogaça. Será muito questionado sobre o tema. Gaúcho é povo de opinião, não gosta de murismo. E a impossibilidade de Fogaça construir um discurso mais contundente e alternartivo ao PT é bom pro PT e pra Dilma. E não pro Serra. Quando estas questões começarem a ser levantadas durante o HPEG e quando o primeiro turno começar a pegar fogo é que veremos o tamanho real do estrago que será pro PMDB.
E outra, segundo turno com dois palanques pró-Dilma no RS? Não creio. Se der Fogaça, os outros partidos que vierem se juntar a ele, contra o PT, não aceitarão. Enquanto isto, muito acertadamente, PTB-DEM e PPS trabalham para ser o segundo palanque do Serra no Estado. Serra merece uma alternativa. E se vingar, a frente pela renovação PTB-DEM-PPS pode vir a ser a grande novidade desta eleição. E uma alternativa real para os eleitores.
Espaço para o debate democrático de idéias e posições políticas, com especial atenção ao cenário gaúcho e nacional.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
quarta-feira, 12 de maio de 2010
coligações, conversas e gratidão política
BRASÍLIA
A reunião do presidente Estadual do PP, Pedro Bertolucci, em Brasília, com o tucano Sergio Guerra permite diversas reflexões. O PP pode acabar coligando por decisão nacional. O que isto quer dizer? Se esta coligação for do tipo imposta, de cima pra baixo, soará como se Yeda tivesse conseguido "curvar" os progressistas a aderirem a sua reeleição, sem ter preenchido as pré-condições estipuladas para tanto. E isto soará amargo para muitos. O que mais chama a atenção neste quadro é que a maior interessada, a governadora Yeda, não age como protagonista no processo de construção da aliança com o PP. Delega a outros o que seria mais simpático e teria maior valor se feito por sí própria.
GRATIDÃO?
Parceiro responsável pelo salvamento do governo Yeda, nos seus dias de piores índices de popularidade, o PP também foi responsável, junto com o PMDB, pela blindagem da governadora durante uma CPI que poderia tê-la tirado do governo. Além disto, se hoje Yeda tem boa relação com os prefeitos do interior isto teria sido impossível sem o trabalho do ex-secrteário de relações institucionais, Celso Bernardi. A re-construção de boas relações do governo com os demais poderes também passou pelas mãos experientes do ex-chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, figura expoente das mais importantes na melhora da imagem do governo neste último ano.
RECIPROCIDADE
É impossível não perceber que entre os partidos que compunham a base aliada o PP tem tido tratamento diferencial. O PMDB tem candidato próprio e nunca foi hostilizado pela governadora em relação aos cargos que detém no executivo. Tampouco o PTB, que também tem pré-candidato. O PP teve todos seus postos de comando no alto escalão transferidos para outros partidos, suas indicações ignoradas e suas outras indicações, para o segundo e terceirto escalão, permanecem no freezer desde antes da decisão da executiva do PP pela obrigatoriedade da proporcional. Ao que se deve esta diferença de tratamento?
SERIA ÓBVIO
Quando se quer alguém de parceiro, ainda mais para um projeto de reeleição que esbarra em quase 55% de rejeição e deve ter um teto de crescimento de 15% de votos, as boas tratativas, a reciprocidade e o cumprimenrto dos acorodos firmados deveraim ser a tônica do processo. Ñão deveria haver lugar para revanchismos, demonstrações de força ou retaliações.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Boatos, denúncias, pesquisas e coligações
Os boatos de que Lara (PTB) retirará a candidatura ao governo do Estado parecem responder a um timing perfeito: o momento em que o PP está revendo suas estratégias de coligação e em que o próprio presidente Bertolucci afirma que o PSDB perdeu a preferência. Na verdade muito mais do que ajudar a atrair o PP para um grande bloco PTB-DEM-PSB, as notícias que dão conta dos "rumores"de que a saída "honrosa" de Lara já estaria sendo articulada, pelo próprio Zambiasi, atrapalha a atração dos progressistas. Como também atrapalham os motivos alegados, todos desconstrutivos, usados para justificar a possível retirada "estratégica" da candidatura. Por fim, ao sinalizarem que Lara não hesitaria em jogar a toalha por causa do "desgaste" do partido, dão dimensão e importância extra às "denúncias" do MP contra "membros" do PTB. O que mais surpreende é que o próprio Lara e seu partido negam esta possível retirada de candidatura. Seria fogo amigo?
A quem interessa o zumzumzum da retirada da candidatura de Lara? Aos principais concorrentes interessados e a todos aqueles que não querem ver novidade nenhuma nesta eleição que possa mudar a polarização que se instalou no Estado e que obriga cerca de 35% do eleitorado a votar no menos pior. Coincidentemente, hoje, o PMDB publica declarações contundentes de que quer ter o PP junto a Fogaça.
Esta eleição sem o Lara ficaria restrita a Tarso, Fogaça e Yeda com seus 55% de rejeição.
Ademais, uma coligação PTB-DEM-PSB com Beto na cabeça de chapa me perece ter bem menos abrangência eleitoral do que se for encabeçada por Lara. Beto, queira ou não queira, por ser do PSB - Partido Socialista Brasileiro, habita bem mais a esquerda do espectro político do Estado, enquanto o PTB já está, bem como o DEM, bem mais ao centro, desde suas respectivaas refundações. Nestes momentos é bom lembrar como se comporta o eleitor gaúcho, cujos votos não apresentam volatilidade ideológica, apenas migram entre candidatos do mesmo bloco. E isto é científico, por mais que os candidatos queiram insistir que os eleitores não tem ideologia. Neste contexto, é muito importante de salientar que Beto vai de Dilma no primerio turno, enquanto o PTB e o DEM vão de Serra no estado. Este apoio ao Serra é que ajudará a candidatura Lara a "retirar" votos de Fogaça e Yeda, caso venha a apresentar o potencial de crescimento e arrancada necessários à viabilidade da construção da terceira via. Com Beto isto não acontecerá pois sua candidatura tem o viés de esquerda, mesmo que moderada, e não tira votos de Yeda e Fogaça.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
PP DESNORTEADO VOLTA A ESTACA ZERO?
Escrevi neste blog, no mês de março, sobre as dificuldades que o preesidente estadual do PP, Pedro Bertolucci, teria se mantivesse inflexíveis as condições para que o partido coligasse no primeiro turno: “PP e Yeda - Com a quantidade de exigências feitas (o PP) só tem um caminho disponível: a candidatura Beto Albuquerque. Só que, neste caso, o PP precisará que Beto componha com outras forças políticas para aumentar seu tempo de TV. Caso contrário, com programa nanico, fica difícil vender candidatura ao Senado, ou seja lá o que for. Os Tucanos rechaçaram a coligação com o PP na proporcional. Sofrem de excesso de autoconfiança e parecem esquecer-se que sem o PP, principal partido de sustentação de Yeda, a candidatura da governadora corre o risco de naufragar.” Mantenho tudo o que escrevi.
MOTIVO REAL
Penso que estas exigências só foram criadas por dois motivos. O primeiro porque o PP estava no governo Yeda, usufruindo de todas as benesses do poder e não tinha candidato próprio. O que seria o caminho natural a seguir? Continuar com a governadora. Mas, como a candidatura de Yeda a reeleição não aparece nas pesquisas como uma opção competitiva, Bertolucci resolveu privilegiar o fortalecimento da bancada progressista no primeiro turno, e criou (sozinho) as três exigências. O segundo motivo era a simpatia pessoal do presidente Pedro pelo candidato Beto Albuquerque. Todos que entendem alguma coisa de política sabiam que os deputados estaduais do PSDB não poderiam dar a proporcional ao PP, fato que se confirmou. E não adianta vir com cálculos matemáticos virtuais. Qualquer pré-candidato responsável trabalha com os números das últimas eleições para fazer projeções. O veto não foi do PPS. O fator PPS nem pesa tanto, pois a decisão da bancada do PSDB já estava tomada. E a coligação não sai nas condições propostas.
CONDIÇÕES EXCLUDENTES
Se as condições foram criadas para manter Yeda à distância, pois havia o desejo pelo novo e a simpatia pessoal do presidente a apoiar Beto Albuquerque, agora Bertolucci está na posição que queria. Mas com a oposição de grande parte de seu partido.
Ele não pode relativizar agora as pré-condições porque depois de todo este desgaste com Yeda e o PSDB, sairia desmoralizado. Fogaça, a candidatura mais competitiva e a única que faria sentido o PP trocar por Yeda (porque ninguém troca o governo que está por outro candidato que aparece em quarto ou quinto lugar), também esbarra nas três condições de Bertolucci. O Presidente ainda faz questão de afirmar que o PP teria “problemas” históricos no interior para coligar com Fogaça. Causa estranheza esta colocação. Esquece que o PP esteve com Britto, esteve com Rigotto. O PP nunca esteve com o PT em um segundo turno. Beto estará com o PP no segundo turno. Rivalidade histórica é o que os progressistas têm com os socialistas de Beto.
O PTB, que já está coligado com o DEM, ofereceu as três condições ao PP, e tem tempo de TV. Mas, coincidentemente, nesta semana tão decisiva para as coligações, o MP lança suspeitas sobre o PTB, no caso da morte de Eliseu Santos, sem dar nomes, tornando o partido a bola-da-vez no ciclo de denúncias que são dadas como sentenças. Neste quadro, o PTB, mesmo sendo a melhor opção para coligação com o PP, dentro das exigências propostas, tende a ficar em último plano, pelo menos até que as sombras se dissipem.
CADÊ A BÚSSOLA?
Parece é que o presidente do PP colocou o partido em uma situação muito delicada, onde sua “única” opção não é de longe uma unanimidade ou uma opção ideal. O nome de Beto não une o partido e não tem tempo de TV para Ana Amélia Lemos - a única candidatura majoritária que o PP tem e sua prioridade máxima. Dentro deste quadro, há quem diga que “voltou tudo a estaca zero” e que o PP precisa “recomeçar o jogo”. Mas já estamos em maio.
Tem progressista defendendo candidatura própria a majoritária. Têm outros defendendo que o partido vá sozinho. Na verdade o partido está sem um norte, mais dividido do que nunca. Bertolucci, que foi eleito por consenso, em um processo onde vários nomes retiraram suas candidaturas para que o partido se unificasse, acabou por rachar o partido de vez. O maior partido do Rio Grande do Sul vai precisar deitar no divã, após estas eleições, para tentar descobrir o que quer do seu futuro, em um processo de cicatrização de feridas e busca de autoconhecimento. Ou não tem bússola que ajude.
SÓ UMA OBSERVAÇÃO...
Causa perplexidade o fato de Serra vir ao Estado e ter agenda preparada pelo PMDB. Causa perplexidade saber que Serra tem apenas uma agenda com a governadora Yeda, na Federasul. Causa perplexidade na militância do PSDB e para os leigos. É fato que o RS é estratégico para a eleição nacional. É fato que Serra corteja o PMDB porque não pode se dar ao luxo de ver dois candidatos pró-Dilma no segundo turno.
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